Saiba quem é o instrutor que perdeu a vida em queda de avião no interior de SP

Na manhã da terça-feira, dia 1º de julho, o silêncio típico da zona rural de São José do Rio Preto, no interior paulista, foi quebrado de forma trágica. Um avião de pequeno porte caiu numa área de vegetação da Estrada Municipal José Domingues Netto, bem ali na Estância Santa Inês. Entre as vítimas fatais, estava Abner Casagrande de Oliveira, um homem que vinha trilhando um caminho promissor na aviação.

Abner não era apenas mais um apaixonado por aviões. Ele havia sido aprovado, em fevereiro, na parte teórica do curso para se tornar instrutor de voo – algo que poucos conseguem de primeira. Estava justamente vivenciando a parte prática, aquela em que a paixão realmente encontra o risco. Era um passo importante em direção ao sonho que ele vinha alimentando com esforço e dedicação. Mas, infelizmente, esse sonho acabou se chocando com o chão antes de se tornar realidade.

Além de Abner, havia mais uma pessoa na aeronave no momento da queda. Até a hora desta publicação, essa segunda vítima ainda não havia sido identificada pelas autoridades. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o exato instante em que o avião perde altitude rapidamente antes de atingir o solo. Um vídeo forte, que escancara o desespero do momento e que, inevitavelmente, circulou entre moradores e curiosos.

O relógio marcava 11h50 quando a tragédia aconteceu. Segundo o Corpo de Bombeiros, que deslocou seis viaturas e um total de 16 agentes para o local, a aeronave – um monomotor CAP-4 de dois lugares – não atingiu nenhuma casa ou estrutura próxima. Isso, dentro do possível, foi um alívio. Também não houve vazamento de combustível, o que evitou um cenário ainda mais dramático. A aeronave era de propriedade do Aeroclube de São José do Rio Preto, onde Abner, inclusive, realizava parte de sua formação.

O CAP-4 é um modelo já antigo, conhecido por ser utilizado em escolas de aviação justamente pela sua simplicidade e custo mais acessível. Contudo, como qualquer aeronave, exige manutenção rigorosa e operação cuidadosa. Até o momento, não se sabe o que provocou a queda – se foi uma falha técnica, erro humano ou uma combinação de fatores. O caso será investigado pelas autoridades da aviação civil, como já é de praxe nesses tipos de acidentes.

Abner deixa esposa e filhas. Uma perda irreparável para a família, amigos e colegas que acompanharam sua trajetória. Nas redes sociais, a comoção foi imediata. Pilotos, alunos e moradores da região prestaram homenagens, lembrando dele como alguém tranquilo, comprometido e apaixonado por voar.

Apesar de tragédias como essa parecerem distantes da realidade de quem vive em grandes cidades, acidentes aéreos envolvendo aviões de pequeno porte são mais comuns do que se imagina, especialmente em regiões com tradição em formação de pilotos. O Brasil tem, hoje, uma vasta malha de aeroclubes e escolas de aviação espalhadas pelo interior, e embora a maioria das operações ocorra com segurança, quando algo dá errado, o impacto é sempre profundo.

Fica agora a dor de uma família dilacerada e a lembrança de um homem que viveu com os olhos voltados para o céu. Talvez, para Abner, voar fosse mais do que profissão – fosse um jeito de existir, de ser livre. E mesmo com o desfecho trágico, sua trajetória não será esquecida por aqueles que compartilham do mesmo amor pela aviação.

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